16 ANOS DE CADEIA PARA BURLÃO DO AMOR

José Perestrelo, 57 anos, ouviu ontem a sentença no Tribunal de Benavente e seguiu para a cadeia
José Perestrelo, 57 anos, ouviu ontem a sentença no Tribunal de Benavente e seguiu para a cadeia
José Perestrelo, 57 anos, ouviu ontem a sentença no Tribunal de Benavente e seguiu para a cadeia
José Perestrelo, 57 anos, ouviu ontem a sentença no Tribunal de Benavente e seguiu para a cadeia

Seduzidas e enganadas, seis mulheres entregaram tudo o que tinham ao falso piloto da TAP. Entre 2008 e 2011, José Perestrelo Nogueira, hoje com 57 anos, fez com que as suas vítimas lhe pagassem todas as contas, roubou-lhes peças em ouro e mesmo diamantes. Quando as mulheres deixavam de o servir, José Perestrelo agredia-as fisicamente. Completamente endividadas, algumas tentaram até o suicídio. Outra, em sofrimento, sofreu um aborto espontâneo.
Ontem, o burlão foi condenado a 16 anos de cadeia. A ex-mulher, cúmplice que está ainda em liberdade, apanhou sete anos.
Durante a leitura do acórdão, no Tribunal de Benavente – as mulheres foram enganadas em Lisboa, Tomar e Benavente –, a juíza salientou a falta de arrependimento do arguido.
“O senhor atuou ao longo de vários anos, de forma indiferente ao sofrimento que causava às vítimas, não se coibindo de as agredir física e psicologicamente, como único propósito de lhes roubar bens materiais”, disse.
Uma das lesadas ficou sem 90 mil euros. Eram as mulheres que pagavam todas as despesas do falso piloto. Uma delas chegou a pedir emprestados 10 mil euros ao pai, da sua poupança.
Duas das mulheres não conseguiram evitar as lágrimas enquanto ouviam a leitura da sentença. Durante uma hora foram ouvidos todos os factos da acusação e, praticamente, todos foram dados como provados. Perestrelo seduzia sobretudo mulheres solteiras ou recém-divorciadas. Dizia ser de família com brasão, que tinha sido convidado para o casamento de D. Duarte e que tinha sido o comandante de bordo de um avião que transportou o papa.
Até quando foi detido – está preso –, o burlão identificou-se aos inspetores da PJ como comandante Perestrelo. Foram apreendidos documentos e roupas falsas da TAP.