1/3 DOS PROFESSORES INSCRITOS NÃO REALIZOU A PROVA

Greve nos exames dos professores Foto: José Coelho/Lusa
Greve nos exames dos professores Foto: José Coelho/Lusa
Boicote aos exames dos professores
Foto: José Coelho/Lusa

Mais de quatro mil professores contratados estavam inscritos para fazer a prova de terça-feira mas apenas a realizaram cerca de 2.745 docentes, de acordo com os números avançados pela tutela, o que representa cerca de 1/3 do total chamados a testar conhecimentos.
A prova destinava-se a todos os professores contratados, com menos cinco anos de serviço, que a não puderam fazer a 18 de dezembro, devido a uma greve de docentes e a incidentes em várias escolas.
A sua realização agora também foi contestada pelos sindicatos e pelo movimento Boicote e Cerco, mas o ministro da Educação justificou a marcação da prova de avaliação docente, com apenas três dias úteis de antecedência com a necessidade de salvaguardar os exames do ensino secundário de eventuais greves marcadas pela Fenprof.

Em conferência de imprensa nas instalações do Ministério da Educação e Ciência, no dia em que os professores que não puderam fazer a prova de avaliação de capacidades e conhecimentos (PACC) em dezembro, devido aos boicotes dos sindicatos e professores, voltaram a ser chamados às escolas para concluir o processo, o ministro Nuno Crato culpou a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), pela calendarização apressada da prova, explicando que o dia 22 de julho seria “a data limite” para a realização da PACC sem comprometer os prazos para a sua correção e classificação a tempo de os resultados serem considerados para os concursos de colocação de professores de agosto.
Para Nuno Crato, foi por recear que a Fenprof, à semelhança do que fez o ano passado, voltasse a marcar greves para o período de exames nacionais, para contestar a PACC, que a prova foi agendada num prazo tão curto de tempo.

O período de exames nacionais do ensino secundário ficou concluído com os últimos exames da 2.ª fase realizados na segunda-feira, véspera da PACC.
O ministro foi bastante crítico sobre a atuação da Fenprof, recusando-se a falar dos sindicatos como um todo e dizendo que houve sempre uma federação, a Fenprof, que se opôs à prova desde o início, acusando-a ainda de ter lançado “informação falsa” sobre a suspensão do novo exame pelos tribunais.

Crato sublinhou, mais uma vez, que o MEC promoveu a PACC “no estrito respeito pela legalidade”, recordando que a realização da prova foi permitida pelos tribunais superiores, que deram razão aos recursos interpostos pela tutela para contestar as providências cautelares dos sindicatos que suspenderam a prova e todos os atos ligados a ela, como a sua correção e classificação.
O ministro deixou críticas aos incidentes registados em algumas escolas, lamentando que tenha havido docentes prejudicados, questionando ainda que tenham sido professores a estar na origem dos casos mais graves, como o dos incidentes na secundária Rodrigues de Freitas, no Porto, invadida por manifestantes na manhã de terça-feira.