Quando a Unidade Contra-Terrorismo da Polícia Judiciária investigava a tentativa de extorsão a um engenheiro, que era chantageado pelo gigolô brasileiro depois de este ter filmado com câmara oculta o sexo gay entre ambos, o suspeito foi colocado sob escuta telefónica. E a PJ tropeçou assim, no final do ano passado, no caso de Artur Moraes – a quem Zacarias, o gigolô, estava a exigir por telefone 12 mil euros para não enviar à mulher do guarda-redes do Benfica um vídeo que dizia ter, de sexo entre o futebolista e uma amiga do chantagista.
Carol Dorneles, uma jovem brasileira que segundo o Ministério Público teve um encontro de “cariz sexual” com Artur em abril do ano passado, era amiga de Zacarias – partilhava com o chantagista a casa nas Laranjeiras, em Lisboa (ver caixa), onde teve lugar o referido encontro sexual.
Foi na posse dessa informação que Zacarias decidiu tentar extorquir 12 mil euros ao atleta – da mesma maneira que tentou sacar 25 mil ao engenheiro e seis mil ao agente da PSP com quem mantivera sexo gay filmado.
Foi a PJ a contactar o Benfica e o jogador, tendo percebido que, em outubro, chegara ao clube uma carta a denunciar a relação extraconjugal do jogador, acompanhada de uma fotografia da jovem Carol Dorneles. Antes, Zacarias enviara mensagens privadas para a página pessoal do Facebook de Artur – através de um e-mail falso; trocou mensagens com Fábio, irmão do jogador; e telefonou para o Benfica.